MargalNews

fevereiro 23, 2008

RENÚNCIA DE FIDEL PODE CAUSAR MUDANÇAS EM CUBA

Filed under: Sem-categoria — margalm @ 6:24 pm

A renúncia de Fidel Castro a presidência de Cuba significa o fim de um governo pessoal, mas de nenhuma maneira representará mudanças profundas no campo da democracia, segundo especialistas. Fidel Castro foi presidente de Cuba desde a Revolução Cubana 1959, quando derrubou o governo pró-americano do general Fulgêncio Batista. Mesmo com a tentativa dos E.U.A. em impedir o avanço da Revolução Cubana elaborando um plano de invasão da Baía dos Porcos, com um grupo de exilados cubanos,esta revolução tinha um caráter nacionalista e socialista, devido a influência de Ernesto Che Guevara, Camilo Cienfuegos e do irmão de Fidel, Raúl Castro. 

Segundo o dissidente Jacobo Machover, exilado na França e autor de um livro crítico sobre Ernesto Che Guevara, Raúl Castro assumiu o poder em 2006, mas não houve a menor mudança na questão da liberalização da economia, nem das liberdades política fundamentais.  “Raúl Castro dirige o exército cubano com rigidez há quase meio século. Em nenhum momento pode ser o homem da democracia de Cuba”, comenta ele. Mas, Pierre Rigoutl, diretor do Instituto de História de Paris, acredita, ao contrário, que Raúl já mostrou sinais de um clima um tanto diferente. “Todos esperam mudanças visíveis, uma transformação econômica, soluções concretas aos problemas de transporte e de racionamento. Se não se tomar medidas econômicas, o poder pode escapar das mãos de Raúl”, acredita Gratius.

O país tenta agora se recuperar gradualmente da recessão econômica de 1990. Para Cuba, seus problemas nascem, desde o ano de 1961, com um embargo econômico, comercial e financeiro imposto ao país pelos Estados Unidos. Um dos fatores do embargo foi a reforma agrária decretada em 1959, quando terras de empresas americanas foram desapropriadas  sem indenização. Em 1999, o presidente Bill Clinton ampliou este embargo comercial proibindo que as filiais estrangeiras de companhias dos Estados Unidos de comercializar com Cuba, a valores superiores a 700 milhões de dólares anuais. A medida está em vigor até os dias atuais, tornando-se um dos mais duradouros embargos econômicos na história moderna.

O desejo de democratização que foi manifestado por inúmeros países, desde a renúncia de Fidel Castro, pode demorar ainda para acontecer. Pois quanto aos direitos humanos, Raul Castro já demonstrou que não é um homem de abertura, dado o exemplo às recentes libertações conta-gotas de prisioneiros políticos. Segundo um recente informe da Comissão Cubana para os Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN, ilegal), no final de 2007, havia em Cuba pelo menos 234 presos políticos, sendo 24 jornalistas.

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